Você já notou que a medida que o Natal se aproxima, além das expectativas, também nos bate uma tristeza, melancolia ou até um pouco de depressão? Sim, eu também tenho esses sentimentos contraditórios. Mas a gente acaba enxugando aquela lágrima teimosa que molha nosso olho, dá um sorriso meio forçado e vai à luta, atrás dos presentes e da correria que antecede esta festa chamada Natal. Este ano eu resolvi. Não vou segurar nenhuma lágrima que queira sua liberdade. Afinal, se ela insiste em surgir, é porque alguma(s) coisa(s) me entristece. Então eu vou lavar a alma, vou deixar o choro fluir, sem censuras, sem medos. Rir é bom, pois algo nos deixou feliz, e chorar é bom, porque algo nos deixou tristes. Como seres humanos, que cada vez mais interagimos com máquinas, (você já notou isso, né?) passamos um ano inteiro, onde deixamos amigos pelo caminho, enfrentamos nossos problemas, iludimos nossos medos, amamos alguns, odiamos outros e muitas vezes nos sentimos sozinhos, muito sozinhos. Fomos obrigados, mais vezes do que gostaríamos, de baixar a cabeça e fazer coisas que vão contra nossos princípios. E isso nos amargurou. Ouvimos coisas que nos machucaram, e ficamos quietos. Vimos coisas que nos revoltaram, e nos sentimos impotentes. Quantas vezes precisávamos de apenas um sorriso, um abraço, um pouquinho de compreensão e ninguém nos deu? E voltamos prá casa com um fardo insuportável nas costas.
O mundo consegue ser - muitas vezes - tão cruel, e não só com a gente. E não é isso, com certeza, que procuramos.
Mas aí vem ela, a tal de esperança, e fala no nosso ouvido que as coisas vão melhorar, que precisamos ter calma, dar um tempo, entender as cagadas dos outros, que nos machucam e deixaram marcas. E puxa vida, acabamos sempre acreditando nela, pois é com isso que sonhamos.
Então, amigos, eu vou chorar à vontade, pois com isso vou deixar minhas tristezas, minhas mágoas, meus sofrimentos sairem prá fora. Quero me libertar do que me sufocou este ano, quero que cada lágrima leve embora tudo o que não quero levar pro ano que vem. Tá, eu terei que perdoar tanta coisa, mas quem disse que eu fui um santo? Então, se você me ver chorando, mesmo que escondido, não diga nada, não me pergunte nada. Se quizer me dar um abraço, tudo bem.

Pensado por: Pensando em segunda-feira, 20 de dezembro de 2010 às 04:49 *®*
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