Quem vê cara não vê coração. Conhecem o ditado? Pois é. A gente olha um casal, novos, bonitos, que possuem um negócio próprio onde trabalham juntos, uma boa casa, construída conforme seus projetos pessoais e muitos morrem de inveja ao ve-los. Mas aí, quem olha mais atentamente, consegue ver que alguma coisa anda errada. Conversa com um, e ouve reclamações em relação ao outro. Conversa com o outro, e ouve reclamações do um. Ou seja, se gostam, se curtem, mas não conseguiram aparar as arestas, e estão ainda presos à suas individualidades. Não que quem vive junto com alguém deva abrir mão de sua individualidade, pois isso não existe. Ninguém consegue deixar de ser quem é, é nossa individualidade, conseguida à duras penas, que nos faz únicos. E foi nosso jeito único de ser que cativou a outra pessoa, não tenha dúvidas disso. Mas como fazer para que duas invidualidades únicas e pessoais convivam em harmonia? Dizem que os opostos se atraem, e não raras vezes pessoas que quando se conheceram invariavelmente implicavam uma com a outra, até o dia em que se flagraram que isso era atração. Até aí nenhuma novidade, mas como entrosar um espírito que adora voar as tranças por aí e gosta de pagode e axé music, e outro que adora ficar em casa lendo, ouvindo seus velhos discos de rock clássico e curtindo a casa? Se apaixonaram, foram viver juntos e no primeiro fim de semana dá briga!!!


Coisinha complicada o tal ser humano. Trabalhar junto então é uma merda. Problemas de casa trazidos pro trabalho e problemas do trabalho vindo juntos prá casa. Calma. Um lugar prá cada coisa e cada coisa em seu lugar. E o que faz um casal que vive às turras continuar junto, catando os caquinhos após cada briga? Tirando fora o comodismo que ainda mantém juntos alguns casais, ou as conveniências de um padrão econômico que pode ser perdido em uma separação, existe sim a sensação de que o amor ainda existe. Qual o desfecho dessas duas criaturas? Não sei. E isso me deixa em pânico, pois me sinto impotente em mediar uma relação que prá mim é clara como a água cristalina. Duas pessoas que sinto terem sido feitas prá viverem juntos.

Sei de pessoas que soltariam gargalhadas se eles se separessem, e acenderiam velas para algum exu dos infernos, pois sua visão negativa da vida simplesmente não aceita que duas pessoas possam ser felizes, e a cada beijo, abraço ou jura de amor trocados sua alma feia se retorce, em espasmos de ódio e ciúmes. Eu, por minha vez, caso isso viesse a acontecer, com certeza sentaria em algum canto e choraria, pois me ensinaram que o amor a tudo vence e é a força que move o mundo. E juro, ainda acredito nisso.
(para um casal de amigos)

Pensado por: Pensando em segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 às 12:02 *®*
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